Já estamos
passando pelo estigma da doutrinação ideológica demarcada pela infiltração
esquerdista que se intensificara, nas épocas do regime militar, no âmbito
universitário, midiático e artístico, demonstrando a fraqueza e inabilidade
política dos militares, que desviaram sua atenção para a atividade
administrativa, que, sem compreender outros empecilhos, agregara cada vez mais
vagas ao ensino universitário, sem visar o que havia dentro de seu currículo e
literatura dominantes.
Formam-se
professores com um grau de informação histórica capaz de exemplificar um
arquétipo de sátira do docente, uma figura limitada, capaz de cometer gafes
consideradas verídicas pelos órgãos educativos e sua regulamentação e
metodologia pedagógicas (LDB 9.394 e sócio construtivismo são exímios exemplos),
resumindo-se em propaganda histórica marxista, anti-americanista,
politicamente-correta etc. Exemplos não faltam: A alegação falsa a respeito de
uma idade média completamente defasada cientificamente[1],
falhas em explanações a respeito da economia, como a crise de 29, provocada
pela intervenção estatal e concessão de crédito que favorece o meta-capital,
todavia, o liberalismo é o sujeito considerado culpado pela quebra da bolsa
daquela época, considerando a Mais-valia (tópico marxista há muito refutado
pelo Cálculo Econômico)[2]
e mais outras asneiras típicas das grades curriculares quotidianas.
Como se não
bastasse também que a influencia do educador (considerando os que a possuem no
ambiente das escolas públicas estaduais e municipais, aonde o modelo pedagógico
freiriano vem deteriorando todo o processo de aprendizagem decente, resumindo o
professor em um papel somente de orientador) [3].
O papel do docente deve preceder à educação produtiva, e, claro, visar o
aprendizado para a formação de profissionais e seja focada nisso
essencialmente. A apresentação da opinião alheia na posição de educador, sendo
supostamente influenciador, pode atrapalhar o educando na leitura de documentos
diversos e de várias vertentes ideológicas. Exemplos de professores que efetuam
propaganda marxista nas escolas não são raros.
A
apresentação do material imparcial, alheio à ideologia, pode ser uma
alternativa para que os estudantes busquem determinadas informações em documentos
diversos, pertencentes à diversas correntes ideológicas distintas, sem sofrer a
influência de uma determinada e optar pela unilateralidade de seus argumentos
conforme um fetiche pessoal.
E, como
motivo deste artigo, comenta-se de forma polêmica um recente projeto de lei
aprovado no estado de alagoas, na terça feira (26) do mês de abril de 2016, de
autoria do, Ricardo Nezinho (PMDB - AL), que prevê punição ao professor que
expressar sua opinião própria relacionada a temas como política, religião, etnia
etc. [4].
Gera-se
polêmica quando se toma os termos da “liberdade de expressão”, que já vêm se
tornado chavões por todo o tipo de propaganda ideológica. E obviamente,
educadores manifestaram tanto apoio ao projeto, quanto indignação. E devemos
compreender que, sob o ponto de vista de que possuímos problemas ocasionados
pela doutrinação ideológica massiva junto à propaganda histórica secularista no
âmbito da docência, esse projeto parece-nos bastante vantajoso. Mas ainda
possui um raio de atuação restrito ao estado de Alagoas, então ainda podemos
observar quais são os efeitos de sua aplicação.
Todavia, há
de se apreender uma complicação que seja motivo de empenho para demais
indagações a respeito da rotina do educador. Este terá de se deparar com a
variedade documental em diversos pontos do aprendizado, poderá ele estar
correto ou incorreto com relação à determinada explicação? Poderá ele
apresentar materiais extracurriculares de opinião diversa? Como será mantida a
imparcialidade sendo que, nos cursos superiores já há toda uma motivação
gramscista por determinadas ideologias?
Ricardo
Nezinho argumenta:
"É fato
notório que professores e autores de livros didáticos vêm se utilizando de suas
aulas e de suas obras para tentar obter a adesão dos estudantes e determinadas
correntes políticas e ideológicas; e para fazer com que eles adotem padrões de
julgamento e de conduta moral – especialmente moral sexual – incompatíveis com
os que lhes são ensinados por seus pais ou responsáveis".
Para conferir
o projeto na íntegra: http://ricardonezinho.com.br/?p=14027.
No item VII
do projeto, está expressa a importância da educação familiar precedente à
escolar: “direito dos pais a que seus filhos menores recebam a educação moral
livre de doutrinação política, religiosa ou ideológica”.
No artigo 2º
é expressa a necessidade de contermos a doutrinação ideológica dos docentes: “É
vedada a prática de doutrinação política e ideológica em sala de aula, bem como
a veiculação, em disciplina obrigatória, de conteúdos que possam induzir aos
alunos a um único pensamento religioso, político ou ideológico”.
Segundo Arquidiocese de Maceió, representante dos movimentos pró-família Contra a Doutrinação Escolar argumenta:
“O empoderamento do
relativismo destrói os valores familiares e, ultimamente, tem investido
pesadamente nas escolas para atingirem as crianças e adolescentes em formação
do seu caráter“.
Analisemos uma carta enviada
pelo professor Igor Mascarenhas, opositor ao projeto, em contato com
Pragmatismo Político:
“Caríssimos, sou professor da educação básica, de Fortaleza-CE.
Estou indignado com o que aconteceu em Alagoas, onde professores
estão sendo calados numa atitude fascista da Assembleia Legislativa de lá.
Não podemos aceitar isso!
Calar professores é gravíssimo e um primeiro passo para a retirada
de outros direitos relacionados à livre expressão e pensamento.
Gostaria que vocês tirassem um pouco do seu tempo e apoiassem a
causa da liberdade de expressão do profissional da educação na sala de aula,
que não doutrina e sim, ensina a desconstruir visões de mundo clichês,
tradicionais e a construir uma visão crítica da realidade que os cerca.
Ajude-nos com sua influência e penetração nas redes sociais.
Não podemos deixar as escolas, que deveriam ser o berço da
democracia e da cidadania, transformarem-se em reduto fascista.
É como disse Darcy Ribeiro: “A crise da educação no Brasil não é
uma crise, é um projeto”.
Por favor, peça aos seguidores de sua página que tirem fotos como
a que vou colocar em seguida, para sensibilizar a opinião pública e a esquerda
para esse assunto tão sério. ”.
Podemos abstrair uma série
de chavões que são adquiridos justamente com o parco ensino universitário. Compreendendo-a
em sua introdução, verificamos que há uma tomada dos chavões da “liberdade de
expressão”, que vincula como se esta pudesse ser uma chave para que o professor
possa ser influenciador de mentes menos informadas de um determinado segmento
político e ideológico. A tomada por “fascista” não leva em conta a doutrinação
marxista que vem sido promovida nas escolas à décadas, a formar um país onde a
esquerda é praticamente hegemônica. E ainda o indivíduo autor da carta afirma
que o professor não doutrina, mas fundamenta uma visão mais crítica da
realidade. E qual visão seria essa, que é crítica? A do aprendiz desinformado
que possui aquilo como fonte? A do professor singular que possui determinados
padrões de ideias e emparelha sua disciplina para reproduzi-las?
Freirianos e relativistas
irão se queixar, mas o rumo que o reacionarismo vem tomando é de grande adesão,
e surtirá efeitos significativos.
Gabrie Silva Corrêa Lima
[1] Conferir Regine Pernoud. O mito da idade média.
Link para download: http://portalconservador.com/livros/Regine-Pernoud-O-Mito-da-Idade-Media.pdf
Link para download: http://portalconservador.com/livros/Regine-Pernoud-O-Mito-da-Idade-Media.pdf
[3] Conferir Viva Paulo Freire de Olavo de Carvalho: http://www.olavodecarvalho.org/semana/120419dc.html
[4] Entenda as modificações no ensino estadual por esse projeto: http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2016/04/entenda-o-que-o-projeto-escola-livre-muda-no-ensino-estadual-em-alagoas.html
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