segunda-feira, 9 de maio de 2016

A neutralidade do professor pela lei


Já estamos passando pelo estigma da doutrinação ideológica demarcada pela infiltração esquerdista que se intensificara, nas épocas do regime militar, no âmbito universitário, midiático e artístico, demonstrando a fraqueza e inabilidade política dos militares, que desviaram sua atenção para a atividade administrativa, que, sem compreender outros empecilhos, agregara cada vez mais vagas ao ensino universitário, sem visar o que havia dentro de seu currículo e literatura dominantes.
Formam-se professores com um grau de informação histórica capaz de exemplificar um arquétipo de sátira do docente, uma figura limitada, capaz de cometer gafes consideradas verídicas pelos órgãos educativos e sua regulamentação e metodologia pedagógicas (LDB 9.394 e sócio construtivismo são exímios exemplos), resumindo-se em propaganda histórica marxista, anti-americanista, politicamente-correta etc. Exemplos não faltam: A alegação falsa a respeito de uma idade média completamente defasada cientificamente[1], falhas em explanações a respeito da economia, como a crise de 29, provocada pela intervenção estatal e concessão de crédito que favorece o meta-capital, todavia, o liberalismo é o sujeito considerado culpado pela quebra da bolsa daquela época, considerando a Mais-valia (tópico marxista há muito refutado pelo Cálculo Econômico)[2] e mais outras asneiras típicas das grades curriculares quotidianas.

Como se não bastasse também que a influencia do educador (considerando os que a possuem no ambiente das escolas públicas estaduais e municipais, aonde o modelo pedagógico freiriano vem deteriorando todo o processo de aprendizagem decente, resumindo o professor em um papel somente de orientador) [3]. O papel do docente deve preceder à educação produtiva, e, claro, visar o aprendizado para a formação de profissionais e seja focada nisso essencialmente. A apresentação da opinião alheia na posição de educador, sendo supostamente influenciador, pode atrapalhar o educando na leitura de documentos diversos e de várias vertentes ideológicas. Exemplos de professores que efetuam propaganda marxista nas escolas não são raros.

A apresentação do material imparcial, alheio à ideologia, pode ser uma alternativa para que os estudantes busquem determinadas informações em documentos diversos, pertencentes à diversas correntes ideológicas distintas, sem sofrer a influência de uma determinada e optar pela unilateralidade de seus argumentos conforme um fetiche pessoal.

E, como motivo deste artigo, comenta-se de forma polêmica um recente projeto de lei aprovado no estado de alagoas, na terça feira (26) do mês de abril de 2016, de autoria do, Ricardo Nezinho (PMDB - AL), que prevê punição ao professor que expressar sua opinião própria relacionada a temas como política, religião, etnia etc. [4].

Gera-se polêmica quando se toma os termos da “liberdade de expressão”, que já vêm se tornado chavões por todo o tipo de propaganda ideológica. E obviamente, educadores manifestaram tanto apoio ao projeto, quanto indignação. E devemos compreender que, sob o ponto de vista de que possuímos problemas ocasionados pela doutrinação ideológica massiva junto à propaganda histórica secularista no âmbito da docência, esse projeto parece-nos bastante vantajoso. Mas ainda possui um raio de atuação restrito ao estado de Alagoas, então ainda podemos observar quais são os efeitos de sua aplicação.

Todavia, há de se apreender uma complicação que seja motivo de empenho para demais indagações a respeito da rotina do educador. Este terá de se deparar com a variedade documental em diversos pontos do aprendizado, poderá ele estar correto ou incorreto com relação à determinada explicação? Poderá ele apresentar materiais extracurriculares de opinião diversa? Como será mantida a imparcialidade sendo que, nos cursos superiores já há toda uma motivação gramscista por determinadas ideologias?

Ricardo Nezinho argumenta:
                 
"É fato notório que professores e autores de livros didáticos vêm se utilizando de suas aulas e de suas obras para tentar obter a adesão dos estudantes e determinadas correntes políticas e ideológicas; e para fazer com que eles adotem padrões de julgamento e de conduta moral – especialmente moral sexual – incompatíveis com os que lhes são ensinados por seus pais ou responsáveis".

Para conferir o projeto na íntegra: http://ricardonezinho.com.br/?p=14027.
No item VII do projeto, está expressa a importância da educação familiar precedente à escolar: “direito dos pais a que seus filhos menores recebam a educação moral livre de doutrinação política, religiosa ou ideológica”.

No artigo 2º é expressa a necessidade de contermos a doutrinação ideológica dos docentes: “É vedada a prática de doutrinação política e ideológica em sala de aula, bem como a veiculação, em disciplina obrigatória, de conteúdos que possam induzir aos alunos a um único pensamento religioso, político ou ideológico”.

Segundo Arquidiocese de Maceió, representante dos movimentos pró-família Contra a Doutrinação Escolar argumenta:
“O empoderamento do relativismo destrói os valores familiares e, ultimamente, tem investido pesadamente nas escolas para atingirem as crianças e adolescentes em formação do seu caráter“.


Analisemos uma carta enviada pelo professor Igor Mascarenhas, opositor ao projeto, em contato com Pragmatismo Político:

Caríssimos, sou professor da educação básica, de Fortaleza-CE.

Estou indignado com o que aconteceu em Alagoas, onde professores estão sendo calados numa atitude fascista da Assembleia Legislativa de lá.
Não podemos aceitar isso!

Calar professores é gravíssimo e um primeiro passo para a retirada de outros direitos relacionados à livre expressão e pensamento.

Gostaria que vocês tirassem um pouco do seu tempo e apoiassem a causa da liberdade de expressão do profissional da educação na sala de aula, que não doutrina e sim, ensina a desconstruir visões de mundo clichês, tradicionais e a construir uma visão crítica da realidade que os cerca.

Ajude-nos com sua influência e penetração nas redes sociais.

Não podemos deixar as escolas, que deveriam ser o berço da democracia e da cidadania, transformarem-se em reduto fascista.

É como disse Darcy Ribeiro: “A crise da educação no Brasil não é uma crise, é um projeto”.
Por favor, peça aos seguidores de sua página que tirem fotos como a que vou colocar em seguida, para sensibilizar a opinião pública e a esquerda para esse assunto tão sério. ”.

Podemos abstrair uma série de chavões que são adquiridos justamente com o parco ensino universitário. Compreendendo-a em sua introdução, verificamos que há uma tomada dos chavões da “liberdade de expressão”, que vincula como se esta pudesse ser uma chave para que o professor possa ser influenciador de mentes menos informadas de um determinado segmento político e ideológico. A tomada por “fascista” não leva em conta a doutrinação marxista que vem sido promovida nas escolas à décadas, a formar um país onde a esquerda é praticamente hegemônica. E ainda o indivíduo autor da carta afirma que o professor não doutrina, mas fundamenta uma visão mais crítica da realidade. E qual visão seria essa, que é crítica? A do aprendiz desinformado que possui aquilo como fonte? A do professor singular que possui determinados padrões de ideias e emparelha sua disciplina para reproduzi-las?

Freirianos e relativistas irão se queixar, mas o rumo que o reacionarismo vem tomando é de grande adesão, e surtirá efeitos significativos.

Gabrie Silva Corrêa Lima

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