quinta-feira, 30 de junho de 2016

Cale sua boca, Paulo Freire!

Por Gabriel Silva Corrêa Lima



Não nos é novidade o pessimismo generalizado que se possui a respeito da educação brasileira acerca das novas estatísticas que nos rebaixam à sexagésima colocação no ranking de desempenho educacional internacional, dentre setenta e seis colocados. Não nos é novidade que as condições de infraestrutura das instituições de ensino estaduais nos são precárias, e que muitas de nossas periferias encontram-se marginalizadas à calamidade pública, pela administração incompetente de um estado monopolista.
Agora, se possuímos um fator agravante a se analisar, há de se visar quais são as causas que motivaram a queda de desempenho de nossas instituições. Todo processo educacional necessita de métodos e metodistas, talvez até de um patrono, e o nosso recente, o maior ministro da maior horda de imbecis que as duas últimas gerações brasileiras jamais poderiam imaginar, é o “célebre” tutor Paulo Freire.
Quando se é pronunciado o tão aclamado e consagrado nome do mestre Freire, tem-se a ovação de uma camada universitária massiva, ansiosa a espelhar-se em seus ensinamentos e reproduzi-los às novas gerações de pupilos alegres.
Sendo tomados como exemplos, seus exemplos metodológicos, como os da Pedagogia do Oprimido, foram seguidos ao construtivismo e por novos métodos de dinâmica de sala de aula. Possui-se o resultado agora retratado, mas por quê? Não seremos vagos em crítica.
Digamos que tomando a ideia da educação libertadora, e Pedagogia do Oprimido, a índole marxista torna-se notória e óbvia até pela pesquisa mais rasa, até mesmo pela Wikpédia. Quando se tenta transferir a luta de classes para o âmbito da educação, vê-se que o professor é tratado como opressor e o educando como oprimido, em um cenário cujos ensinamentos são passados de forma alienante, onde o aluno não possui autonomia para estabelecer discernimento próprio da realidade que o cerca. Portanto, partindo desse ponto de vista tão semelhante à Mais Valia marxista (conceito há muito superado e destrinchado, e que só possui sustentação graças à típica ignorância brasileira), transfere a função do professor à de mero orientador.
“Na verdade, como mais adiante discutiremos, a razão de ser da educação libertadora está no seu impulso inicial conciliador. Daí que tal forma de educação implique na superação da contradição educador educandos, de tal maneira que se façam ambos, simultaneamente, educadores e educandos. Na concepção ‘bancária’ que estamos criticando, para a qual a educação é o ato de depositar, de transferir, de transmitir valores e conhecimentos, não se verifica nem pode verificar- se esta superação. Pelo contrário, refletindo a sociedade opressora, sendo dimensão da ‘cultura do silêncio’, a ‘educação’ ‘bancária’ mantém e estimula a contradição.”

O fragmento citado comporta as alegações aqui expostas e das quais tratamos com extremo alerta, sendo aplicada em locais como o Brasil, Chile, Guiné Bissal, Porto Rico e outras localidades. E em nenhuma delas houve redução significativa das taxas de analfabetismo, mas em compensação, todos os seus aderentes possuíam, desde então, um apreço por todos os partidos de esquerda revolucionária e por todas as doutrinas marxistas à época ostentadas.
O método sócio construtivista à la Antônio Gramsci foi assíduo no método freiriano de revolução cultural. Sempre que quisermos nos lembrar de um método que remeta à prática da “pedagogia do oprimido”, lembremo-nos do círculo que a professora requisitava em sala de aula, para que fossem estabelecidos debates, a fim de formar uma “opinião crítica”, embasada em pesquisas com prazo de uma semana de efetuação.
Que eu saiba, ao se pretender adquirir conhecimento em uma semana para discussões sérias, resulta sempre em falhas no processo de apreensão da informação, necessitando de um educador bem instruído, e não de um colega nas mesmas condições para sanar qualquer dúvida. Que eu saiba, ignorância mesclada à ignorância é fator formador de mais ignorância. Trazendo-nos não a um pensamento crítico, mas a uma crítica já elaborada e transformada em debate, onde não se trocam ideias, mas dúvidas.
Resultante desse processo de imbecilização, tem-se o acréscimo do patrulhamento ideológico nas universidades, principalmente no campus das humanas, como resultado, onde podem se identificados os cacoetes intelectuais repetidos de forma fluente, como resultado dessa “alfabetização” defendida por Freire, chavões marxistas, partidários, unilaterais. Tornando dos estudantes os novos militantes revolucionários, trazidos à tona por uma pedagogia que transfere um conceito completamente errôneo da teoria marxista para as salas de aula, com resultados igualmente inviáveis. Há falhas na sintaxe ideológica primária de Paulo freire.
Ninguém é melhor para explicar o processo gramscista de hegemonização, nas instituições de ensino, que o historiador Paul Johnson, que trata assíduo do marxismo freiriano:

“O professor brasileiro Paulo Freire (...) descobriu que qualquer adulto pode aprender a ler em quarenta horas suas primeiras palavras que conseguir decifrar se estiverem carregadas de significação política; (...) apenas a mobilização de toda a população pode conduzir à cultura popular. As escolas são contraprodutivas (...) O melhor caminho a seguir é um rompimento com a educação institucional rumo à educação popular. O método se baseia no uso de palavras e expressões empregadas conscientemente de forma dúbia e duvidosa, de acordo com o conceito que seu autor tem de ‘educação libertadora’ e que pode ser assim resumido no conhecido jargão esquerdista: ‘(...) há uma incompatibilidade estrutural entre os interesses da classe dominante e a verdade...; a verdade está do lado dos oprimidos e não pode ser conquistada senão na luta contra a classe dominante...; a verdade é revolucionária, não deve ser buscada e sim feita’ ” 
(Paul Johnson, in Inimigos da Sociedade - cit. COUTO, 1984: 39).

Paulo Freire transfere “a verdade da educação” para os “oprimidos”, num conceito taxativo e incerto de “libertação”. Ele toma todos os valores burgueses como os responsáveis pela vil opressão exercida por um sistema cruel de exclusão social. Logo, tente adivinhar qual é o sistema de foque que os esquerdistas mais tencionam em destruir? O capitalismo, obviamente.
Toma-se, com a “libertação” do alunado pela educação freiriana com o seu “opressor”, a repudia pelo sistema, e qual sistema? O próprio “oprimido” não o saberia identificar se não fosse o apontamento dos ideólogos.
Paul Johnson explica mais uma vez: “O avanço do processo revolucionário comunista antes de Março de 1964, na área da educação, foi em grande parte creditado ao uso do Método Paulo Freire, que tem potencial para materializar, com inegável eficiência, aquela afirmativa de Fred Schwarz: ‘O primeiro passo na formação de um comunista é a sua desilusão com o capitalismo’. Hoje, o método e seu autor vêm sendo reabilitados em vários pontos do país, aparentemente com a mesma função revolucionária de antes. A alfabetização que propicia, baseada nas condições reais em que vive o aluno, explora largamente as contradições internas da sociedade para desmoralizar o capitalismo, e através dele a democracia, deixando a porta aberta para a opção socialista”. (COUTO, 1984: 38-9) 
A tática da pedagogia freiriana, não é utilizada somente nos campos universitários e instituições de educação básica, fundamental e média como o grande instrumento civilizacional da cultura. É também fluente na formação da militância de grupos nos quais o caráter marxista é, de forma diáfana, empregado à defesa de seus partidos de esquerda, como o MST. Isso é expresso conforme os dados coletados da Revista Sem Terra:
“De acordo com os ideais socialistas e coletivos, calcados no princípio da solidariedade, o projeto educacional do MST tem como base teórica Paulo Freire, Florestan Fernandes, Che Guevara, o cubano José Martí, o russo A. Makarenko e clássicos como Marx, Engels, Mao Tsé-Tung e Gramsci”. (revista Sem Terra, Out-Nov-Dez 1997, pg. 27).
Ainda não bastando toda a informação aqui coletada, há também depoimentos testemunhos, dos próprios agentes acompanhantes de Paulo Freire e suas metodologias, os quais se isentam do cunho direitista, uma vez que não cabe aqui contrapor uma ideologia a outra, mas sim se contrapor a uma e desestabilizar seus nocivos efeitos. Tais depoimentos podem ser encontrados na Página de John Ohliger, um devoto desiludido de Paulo Freire.
Verifiquemos alguns depoimentos, também retirados do célebre artigo de Olavo de Carvalho, Viva Paulo Freire e de outras fontes.
“Não há originalidade no que ele diz, é a mesma conversa de sempre. Sua alternativa à perspectiva global é retórica bolorenta. Ele é um teórico político e ideológico, não um educador.” (John Egerton, “Searching for Freire”, Saturday Review of Education, Abril de 1973.)
“Ele deixa questões básicas sem resposta. Não poderia a ‘conscientização’ ser um outro modo de anestesiar e manipular as massas? Que novos controles sociais, fora os simples verbalismos, serão usados para implementar sua política social? Como Freire concilia a sua ideologia humanista e libertadora com a conclusão lógica da sua pedagogia, a violência da mudança revolucionária?” (David M. Fetterman, “Review of The Politics of Education”, American Anthropologist, Março 1986.)
“[No livro de Freire] não chegamos nem perto dos tais oprimidos. Quem são eles? A definição de Freire parece ser ‘qualquer um que não seja um opressor’. Vagueza, redundâncias, tautologias, repetições sem fim provocam o tédio, não a ação.” (Rozanne Knudson, Resenha daPedagogy of the Oppressed; Library Journal, Abril, 1971.)
“A ‘conscientização’ é um projeto de indivíduos de classe alta dirigido à população de classe baixa. Somada a essa arrogância vem a irritação recorrente com ‘aquelas pessoas’ que teimosamente recusam a salvação tão benevolentemente oferecida: ‘Como podem ser tão cegas?’” (Peter L. Berger, Pyramids of Sacrifice, Basic Books, 1974.)
“Alguns vêem a ‘conscientização’ quase como uma nova religião e Paulo Freire como o seu sumo sacerdote. Outros a vêem como puro vazio e Paulo Freire como o principal saco de vento.” (David Millwood, “Conscientization and What It's All About”, New Internationalist, Junho de 1974.)
“A Pedagogia do Oprimido não ajuda a entender nem as revoluções nem a educação em geral.” (Wayne J. Urban, “Comments on Paulo Freire”, comunicação apresentada à American Educational Studies Associationem Chicago, 23 de Fevereiro de 1972.)
“Sua aparente inabilidade de dar um passo atrás e deixar o estudante vivenciar a intuição crítica nos seus próprios termos reduziu Freire ao papel de um guru ideológico flutuando acima da prática.” (Rolland G. Paulston, “Ways of Seeing Education and Social Change in Latin America”, Latin American Research Review. Vol. 27, No. 3, 1992.)
“Algumas pessoas que trabalharam com Freire estão começando a compreender que os métodos dele tornam possível ser crítico a respeito de tudo, menos desses métodos mesmos.” (Bruce O. Boston, “Paulo Freire”, em Stanley Grabowski, ed., Paulo Freire, Syracuse University Publications in Continuing Education, 1972.)
Cabe aqui ressalvar mais uma vez que essas críticas não são de cunho direitista por parte de seus emissores, mas de pessoas cuja experimentação com a pedagogia freiriana foi tênue.
Todavia, quem melhor seria representante da educação desejada pelos esquerdistas, senão um país dominado por representantes que ainda sonham com a retomada dos resquícios de um esquecido socialismo inesquecível? Quem melhor seria senão um governo cujo projeto de emparelhamento completo das instituições democráticas procedeu com sucesso? Nada melhor que o patrono de uma horda cujos limites intelectuais alcançam a sexagésima posição no ranking educacional? Nada melhor que uma massa de manobra prepotente e facilmente manipulável, não acredita?
Gabriel Silva Corrêa Lima
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