quinta-feira, 31 de março de 2016

A Imigração e a Pobreza

O tema é muito extenso, complexo e não há um posicionamento necessariamente certo ou errado, então recorrerei à praticidade em vez de me dedicar ao mundo ideal. Tentarei ser completo ao abordar sobre os meus principais argumentos, principalmente econômicos, sobre Imigrações e suas consequências. Tenham uma boa leitura!



Para começarmos a entender o que está em jogo quando se abre ou não fronteiras, podemos definir que imigração, como fenômeno, somente ocorre entre Estados e Federações, o que facilita bastante nossa análise e exclui o caso "Continente Americano". O argumento de que os EUA, por exemplo, foi construído a partir de imigrantes não está totalmente correto pois os nativos não formavam um Estado por falta de uma força armada que defendesse a propriedade privada de seus membros de forma unificada, então praticamente todos os países que conhecemos do "Novo Ocidente" nasceram do nada, de um nomadismo por assim dizer. Sendo agora terra de alguém, os americanos assim como nós, os brasileiros, se uniram culturalmente a um Estado poderoso a ponto de se expandir com grande auxílio da mão de obra estrangeira que populava seu território. Se isso não fosse verdade, nenhum índio se uniria às expedições "brancas" para combater seus inimigos de tribos ou populações vizinhas, uma estratégia de domínio que se desenvolveu deste episódio e que foi repetida na África durante o neocolonialismo.

Já que consideramos que as imigrações são fenômenos que necessitam da figura do Estado, ao menos sob uma óptica atual,  é possível identificar a necessidade de povoamento para o desenvolvimento e crescimento econômico, sem desconsiderar a preservação da cultura local por meio do conservadorismo - eis a contradição. Enquanto o Estado foi formado pela cultura dos povos internos como bem vimos post O Estado e seus Intelectuais, portanto sua preservação é extremamente necessária para a manutenção da ordem social e, consequentemente, a prosperidade das atividades econômicas, como poderíamos abrir as portas para tantos imigrantes de diferentes culturas somente em nome de potenciais financeiros? Eles não se tornariam maioria eventualmente, alterando drasticamente a estrutura governamental?

Sem dúvidas, o crescimento populacional aumenta o consumo e, isso gera riqueza através do trabalho (remunerado), gerando a desconhecida "inflação boa". Para nações desenvolvidas, se torna fundamental a vinda de imigrantes pois sua população decresce sozinha em conformidade à cultura de não procriação e, principalmente, para nós analisarmos, ao aumento do custo de vida ao longo do tempo (imagens 1; 2 e 3). O argumento econômico que poderia limitar sem tanta exatidão o número dos novos povos seria a dinâmica da inflação pois ela aumenta naturalmente sem intervenção estatal (quem dera se o Estado não piorasse), e, ao mesmo tempo, torna impraticável a vida dos pobres independentemente da origem (imagem 4). Seguem gráficos e descrições que comprovam esse parágrafo com base no Canadá respectivamente:


Imagem 1: Reparem que a mortalidade diminui junto da natalidade, é um fenômeno comum nos desenvolvidos com o envelhecimento populacional. E estamos falando de um país que tem programas de imigração há décadas, eis a estimativa de baixo crescimento para 10 anos a frente. O governo canadense se preparou, hoje a nação decresceria significativamente.



Imagem 2: Para entender o custo de vida, reparem na linha preta que representa o salário mínimo do Canadá. Em 10 anos houve um aumento de aproximadamente 45% , e já haviam mais de 3 milhões de imigrantes residentes no país desde a primeira alteração. As justificativas são variadas, porém o crescimento populacional naturalmente é uma delas.



Imagem 3: Na velocidade de +200 mil imigrantes residentes por ano, nos próximos 10 anos, os 39 milhões de Canadenses terão uma considerável parcela de imigrantes em sua população que mantém seu número do PEA (população economicamente ativa) via programas de imigração. Sua cultura perderá identidade por mais que o governo seja totalmente eficiente em não propagar uma revolução interna.

É superinteressante analisarmos a criminalidade do Canadá e compará-la ao número de imigrantes. De acordo com a imagem 4 e a descrição, tive o desprazer de constatar que, tendenciosamente, as cidades que estão acima da média, foram as que mais receberam imigrantes apesar de Toronto e outras regiões mais "comerciais", cidades grandes bem protegidas que não lideram os índices de violência, incomum? Não há outra alternativa, precisamos saber quem imigra de fato.



Imagem 4: Winnipeg foi uma das cidades que mais recebeu imigrantes, o mesmo vale para Edmonton. O Estado de Saskatchewan possui grande participação no programa e tem duas cidades acima da média canadense, de resto é só bater as estatísticas desse site (http://www.cic.gc.ca/english/resources/statistics/facts2014/permanent/11.asp) com a tabela acima.

Canadá é apenas um país modelo, o que menos tem problemas dentre os desenvolvidos, e é preocupante que esses fenômenos aconteçam com quem tem preparo, pois imaginem o resto. Claramente, não é porque alguém é pobre ou imigrante que correrá diretamente para a vida do crime. Porém sabe-se que está ocorrendo uma nova onda de criminalidades por parte dos imigrantes em toda a Europa, a nova leva do episódio Sírio trouxe o tema à pauta até nas eleições norte-americanas, isso está mudando mentalidades de muitas nações que, como a França pré-Paris (2015)tinham uma boa receptividade a tantos povos e culturas que possuem valores conflituosos inclusive. Como poderíamos definir quem deve entrar ou não em nossos países afinal? Ou deveríamos?



Um senhor de idade me abordou outro dia numa rua do meu bairro; como eu, ele havia nascido e crescido no Rio de Janeiro, nunca arredando o pé da cidade maravilhosa até o momento. Cheio de experiência, religiosidade e simpatia, queria a minha concordância sobre seus relatos que concedia a uma moça baiana que o acompanhava e não o confrontava na argumentação, e eu não pude negar sua afirmação maior: a violência do Rio de Janeiro não é carioca. Discursou durante alguns minutos sobre a migração interna brasileira e disse que aqui era o destino de todos os cidadãos, parcela estrangeira também, que queriam melhorar suas condições econômicas ou fugir de tragédias ecológicas. Minha avó mesmo veio junto de sua família mineira na era Vargas que não acompanhou a fuga dos caipiras depois do governo J.K., a criação de Brasília incitava migrantes a darem uma folga ao RJ e a voltarem aos seus lares originais pois aqui o trabalho estava escasso. Os nordestinos, todavia, foram os que mais continuaram aqui por medo da pobreza e, principalmente, da seca que não cedeu até hoje por lá; povoaram exageradamente a periferia a ponto de criar e aumentar as favelas por toda a Guanabara, sem dúvidas o êxodo rural potencializou o fenômeno.



Por fim, me utilizei de tantas informações para lhes dar a conclusão: a imigração (ou migração) não gera criminalidade, a inflação decorrente do boom populacional sim, salvo conflitos culturais. Não é preciso dizer o que o Rio de Janeiro se tornou com esse crescimento populacional brusco, o próprio Estado não conseguiu estar presente dentro de centenas de comunidades por conta da falta de gigantescas verbas e o domínio do tráfico, que só foi "quebrado" com o projeto das pacificações. E ainda há muito caminho pela frente para perdermos a marca da violência urbana e precariedade dos serviços públicos. De fato a inflação não ocorre somente pelo aumento das atividades econômicas, também há a intervenção do governo que desvaloriza a moeda via emissão de crédito como bem verificaremos a seguir:


Reparem que a inflação alta do período militar era estável, os picos se deram nos planos de troca das moedas porque os governos queriam seguir a fórmula keynesiana sobre a emissão de crédito. Isso também vale para o plano real, que estabilizou a moeda por meio do lastro em dólar numa excelente execução.

O povo brasileiro é sofrido no que tange assuntos econômicos (como tantos outros), mas agora se ponha no lugar de um cidadão comum que vive na precariedade: se não possuirmos valores honestos, a vida do crime bateria a porta porque é uma alternativa fácil no combate à pobreza individual. Aquele mesmo senhor, que era afrodescendente, me contou sobre o primeiro assalto que ocorreu em meu bairro, foi realizado por dois não-cariocas que eram descendentes de índios e negros contra uma padaria. Conforme o custo de vida aumenta sem geração de renda para a população, o desespero força as pessoas que não possuem humildade a roubar de quem trabalha ou até mesmo matá-las. Desde o aluguel, serviços fundamentais à sobrevivência humana até produtos alimentícios, a inflação corrói o poder de compra pelo aumento dos custos e separa os ricos dos miseráveis nitidamente, e isso não é obra do Capitalismo... sim dos nossos governistas que desestimulam os investimentos e geram créditos que não existem, além de abrir as fronteiras como uma medida populista.


Críticas?
A solução para a imigração é seguir o modelo americano-canadense, capacitar profissionais para uma boa análise dos indivíduos que saem e entram no país em nome da segurança nacional, da solidez cultural do Estado e desenvolvimento socioeconômico. Há sempre um grupo de potenciais criminosos que viram imigrantes por inúmeras razões, mesmo nobres como a fuga de guerras; é preciso combatê-los sem prejudicar as pessoas de bem que respeitam a cultura local e simplesmente querem trabalhar ou investir. O limite para com o número de imigrantes se dá pela incapacidade local de se prosperar economicamente, fenômeno compreendido na minha postagem do efeito crowding-out. O que você, caro leitor, achou da postagem?

Lucas Muzitano

quarta-feira, 30 de março de 2016

A Esquerda no Futebol

Puskás, Romário, Maradona, Sócrates, Marcelinho Carioca, Edmundo, Reinaldo, Guardiola, João Saldanha, Cruyff, Zico, Túlio Maravilha, Danrlei, Jardel, Bebeto, Roberto Dinamite, Mazaropi, Tarciso Flecha Negra, Raul Plassmann, Paulo Rink, Washington Coração Valente, Dinei, Garrincha, Seedorf, Muller(brasileiro), Bill Shankly, Petkovic, Lev Yashin, Luís Figo entre outros: todos ligados a movimentos políticos de esquerda. É bom ressaltar que, guardados o peso e a importância de cada um, os citados fizeram parte dos mais importantes clubes da história do futebol. Ademais, muitos chegaram a ser protagonistas em copas do mundo pelas suas respectivas seleções. 



De súbito, Puskás, líder comunista da memorável seleção Húngara de 1954. Além de influenciar muitos e muitos pela ideologia esquerdista, essa equipe por sua vez conquistara os Jogos Olímpicos de 1952, e, sobretudo, sagrou como vice-campeã do mundo dois anos depois perdendo por minúcias para a Alemanha que, apesar de vitoriosa, era tida como zebra à época. Após os feitos, a União Soviética também ganhou as Olimpíadas de 1956, bem como a Eurocopa de 1960. Aliás, Lev Yashin, goleiro apelidado de Aranha Negra, é apontado até hoje não apenas como o emblema daquele grupo, e sim como o melhor goleiro de todos os tempos segundo muitos estudiosos. Curiosidade: o prêmio que homenageia o gol mais bonito do ano leva o nome de Puskás. O meu intuito é preterir neste agora alguns jogadores que fizeram sucesso apenas em seus clubes, sim, de modo a dar ênfase para os que gozam de uma notável importância mundial, e que vieram após o decênio de 60. São eles: Cruyff, Sócrates, Zico, Maradona, Bebeto e Romário. Outrora, é claro que o Garrincha, consagrado como principal jogador do título da Copa de 1962, é um caso à parte. Tido como Mané, foi adepto da luta armada pró-esquerda, e, mormente, teve como visita para com o seu lar alguns militares. 

Para não passar despercebido, podemos rememorar que o português Luís Figo já foi eleitor o melhor jogador do mundo em 2001. Pois bem, Cruyff é referência no âmbito tático por ter se colocado à frente de seu tempo fazendo alusão à seleção da Holanda de 1974. Denominada como o Carrossel holandês, a vice-campeã daquele ano revolucionou os padrões táticos exacerbando um conceito moderno para as esferas futebolísticas. E o que dizer de Zico? Campeão mundial pelo Flamengo, time com a maior torcida do mundo. Sem contar que liderou, juntamente com Sócrates e outros, uma das melhores seleções do mundo, ou seja, a de 1982. O camisa 10 rubro-negro possui fortes raízes comunistas em sua família.

Mais importante para os pilares da esquerda, Sócrates, ídolo do Corinthians, ajudou a fundar o putrefato partido dos trabalhadores. Além disso, morreu petista até o último suspiro de sua patética passagem pelo planeta terra. É visto, e eu diria com roborada estupidez, como o jogador da democracia e das diretas já. Democracia? Alguém que põe o nome do filho de Fidel Castro, um dos maiores ditadores do mundo, pode ser reverenciado como democrático? O ex-doutor não escondia a sua idolatria pelo ditador e seus seguidores. O que precisa ficar claro é que todos esses atletas apoiam ditadores, bandidos e derivados da pior índole. Até o Romário e o Bebeto? Um apoiou a Marina Silva. Outro, a Dilma. Avaliem se os artistas campeões de 1994 não merecem a minha reminiscência.


Eu poderia encerrar primando por técnicos como o João Saldanha, Bill Shankly ou Guardiola; o último, malparo a dizer, apesar de enxergar o Lula como um exemplo, que trata-se do melhor treinador do mundo nos dias de hoje. Usufruí o verbo poder no futuro do pretérito porque vejo como o maior cunho nauseabundo a figura que talvez represente melhor esse artigo, logo tão, Diego Armando Maradona. Muitos delegam a ele como um dos melhores quiçá o número um de todos os tempos. Dom Diego refocila ser caudatário dos regimes ditatoriais venezuelano e cubano, e, principalmente, é fã tamanho do foro de São Paulo e do PT de Lula e companhia. O jogador e ex-técnico da Argentina chegou a enviar uma carta dando suporte ao sapato grande de Dilma Rousseff.



Também no futebol, a esquerda estabelece em sua propaganda a morte a qualquer custo, o roubo, as ditaduras, a miséria e blá blá blá. Viveremos à deriva? O juiz é a torcida. O palco, nosso questionamento. Onde reside a fidalguia de nossa áurea? A orientação deve ocorrer de imediato. Não dá para dissociar o jogo do horror. Ou dá? Há intenções por trás das cortinas. O cômico é falar pelos pobres sendo todos ricos. É falar em democracia refocilando ditadura. É promulgar uma crítica acerca da miséria nivelando por baixo todos os miseráveis. Enquanto eles cometem faltas, precisamos mudar a nossa estratégia. Chegamos ao término, quero dizer que escrevo a fim de sublevar em todos nós uma nítida preocupação, afinal, o futebol é um arroz e feijão travestido em uma bola inexpugnável que cessa o tempo das paixões. Devemos ficar atentos aos nossos filhos e amigos, sim, pois em meio ao teatro celeste há o abjeto da escuridão política. Até que passo a esquerda terá domínio e influência? Com vocês, Nelson Rodrigues: "O homem só é feliz pelo supérfluo. No comunismo, só se tem o essencial. Que coisa abominável e ridícula". É hora de abominarmos as mazelas do passado para que tenhamos futuro. Não apenas os crimes de nosso maior esporte, exponha também a todos quem são os criminosos. Daniel Muzitano

segunda-feira, 28 de março de 2016

Críticas ao Liberalismo e Libertarianismo


'“O conservadorismo é a arte de expandir e fortalecer a aplicação dos princípios morais e humanitários tradicionais por meio dos recursos formidáveis criados pela economia de mercado. O liberalismo é a firme decisão de submeter tudo aos critérios do mercado, inclusive os valores morais e humanitários. O conservadorismo é a civilização judaico-cristã elevada à potência da grande economia capitalista consolidada em Estado de direito. O liberalismo é um momento do processo revolucionário que, por meio do capitalismo, acaba dissolvendo no mercado a herança da civilização judaico-cristã e o Estado de direito.” (CARVALHO. Olavo/ Por que não sou liberal/ Jornal do Brasil, 8 de março de 2007)

A introdução epigráfica exposta acima é uma exposição conceitual básica a respeito das diferenças entre o conservadorismo e o liberalismo na perspectiva de um conservador. Aqui, o objetivo principal é estabelecer uma crítica à linha de pensamento liberal-libertária tendo em vista o comportamento do sujeito liberal e sua participação histórica.

A equiparação que se faz a respeito do conservadorismo e do liberalismo é posta em um quadro ideológico direitista. Põe-se as duas vertentes no mesmo quadro e as distinguem dentro dele, se distanciando então do outro onde é comportada uma suposta esquerda revolucionária ou progressista, que possui maior representação partidária no cenário congressista brasileiro, gerando uma democracia sempre cambaleante. A distinção que se faz a partir destes conceitos comuns a respeito da dicotomia “direita x esquerda” se resume em uma maior ou menor participação do Estado na economia e na vida privada; o que faz com que o liberalismo e o conservadorismo sejam enquadrados como reacionários. 

Todavia, devemos nos atentar para o fato de que a história revela o pensamento liberal sendo de esquerda, pois houve a tentativa de mudanças de determinadas estruturas sociais promovidas pelo pensamento iluminista que, por exemplo, por meio de revoluções, se opuseram a instituições educacionais religiosas e promoveram a promulgação da laicidade do Estado. Verificamos os precursores teóricos das grandes revoluções que marcaram o Ocidente com uma reviravolta cultural maciçamente carregada de um histórico violento com direito a execuções periódicas de cidadãos para que servissem de exemplo. O ambiente iluminista não pode ser marcado, em nenhum aspecto, como reacionarista conforme o pensamento genérico-popular taxa já que regimes monárquicos da Europa foram depostos por meio de reconhecidas revoluções liberais, não reformas difundidas pelo conservadorismo em si.
O grande filósofo e político irlandês Whig Edmund Burke (Dublin, 12 de janeiro de 1729 — Beaconsfield, 9 de julho de 1797) foi estreante do pensamento conservador de reação às revoluções ocorridas na Europa, principalmente a Francesa, que desencadearam uma profunda crise social e cultural. Critica-se então o modelo de sociedade ideal estabelecida pelos revolucionários da época, critica-se o universalismo do homem estabelecido pelas constituições liberais. Joseph de Maistre (Saboia, 1 de abril de 1753 — 26 de fevereiro de 1821), escritor, filósofo, advogado e diplomata francês, influente para a linha de pensamento contrarrevolucionária ultramontanista já escreveu:

“A Constituição de 1795 (...) foi feita para o homem. Ora, não existe homem no mundo. Tenho visto na minha vida franceses, italianos, russos, etc., mas quanto ao homem declaro nunca o ter encontrado na minha vida".

Também há a crítica do austríaco Klemens Wenzel von Metternich (Coblença15 de maio de 1773 —Viena11 de junho de 1859) :
            
“Um povo que não sabe ler nem escrever, cuja última palavra é o punhal - belo material para princípios constitucionais!... A constituição inglesa é a obra de séculos... (Não há uma receita universal para constituições)”.

A partir desta crítica inicial estabelecida sob o ponto de vista conservador, podemos agora passar a algumas características históricas a respeito do iluminismo. Como atualmente, tanto em âmbito conservador quanto liberal nacional, defende-se a mínima intervenção do estado na educação, na economia e em outros aspectos da vida privada, estabelecendo, mais uma vez, a confusão conceitual de que foram os socialistas e seu totalitarismo estadista que fundamentaram a questão da educação como prioridade do Estado e a iniciaram com um processo de desintegração e difamação da religiosidade. No seio do liberalismo, é possível ver o surgimento do marxismo.
É mais que evidente que, na revolução francesa, líderes como Marrat e Robespierre, propuseram, em meados do acontecimento, para a separação do Estado da igreja, uma descristianização da política e da pedagogia, atribuindo esta a um dever obrigatório do governo a perseguir membros do Clero, desmoralizando-os ao depredar edifícios destinados à prática religiosa e etc. Inclusive, Noël Babeuf (Saint-QuentinPicardia23 de novembro de 1760 — Paris27 de maio de 1797), integrante dos jacobinos, foi um apresentador de propostas socialistas de teologia utópica, na qual o Estado deveria ser um distribuidor de riquezas. Entretanto, sua linha de pensamento nunca adquirira uma ampla adesão como a do socialismo marxista, não fora respeitada por um período relativamente longo[1].

Com o surgimento do pensamento contrarrevolucionário ao longo da história do liberalismo, a vigência do pensamento liberal iluminista na Europa e com a ascensão de uma “nova esquerda” socialista-marxista, formam-se complicações pragmáticas que tornam a conceituação de cada posicionamento político algo maleável e inconstante. O que nos vale agora é criticar, como conservadores, todo comportamento liberal onde é vigente o partidarismo esquerdista que define a direita brasileira por formações prototípicas cujo pensamento de livre-mercado passa a ser mais valorizado em âmbito congressista a partir dos meados de 2015 de forma reacionária, após os maiores escândalos de corrupção e ineficácia proveniente do estadismo apenas.

Para os liberais, tomar a liberdade como um fundamento da convivência social por meio de uma constituição universal é um aspecto admirável, todavia, tomar a liberdade como um princípio para a convivência social não é viável. O que esse chavão miserável quer dizer?


[1] Inclusive ainda, Babeuf fora líder do movimento da Conspiração dos Iguais, no entanto, este fora dissolvido pelo Diretório, um movimento responsável pela elaboração da nova Constituição, a Constituição do Ano III, que defendia os interesses da burguesia comercial de duas ameaças: A república democrática Jacobina e o antigo regime.
A liberdade individual só é concebível enquanto compreendida dentro da sociedade como “uma norma pragmática de aplicação limitada“ [2], ou seja, o conceito de liberdade depende dos padrões morais e culturais de uma determinada sociedade, que se entende como uma tendência natural do ser humano; a liberdade é concedida pelo consenso em prol do bem estar social. Este é um momento em que é bastante interessante remetermos a uma alegoria de Schopenhauer: As dos porcos espinhos. Esta nos conta que em uma zona glacial remota em um local qualquer do globo terrestre, havia um pequeno grupo de porcos espinhos enregelados sob a friagem que cobria o território. Todos, pelo ofício dos sentidos, tinham conhecimento de que seus corpos possuíam uma temperatura própria, capaz de aquecê-los por determinado tempo durante aquele clima hostil. Sabendo disso, todos os membros do grupo resolveram se aproximar para que pudessem desfrutar de um calor mútuo fornecido por todos os corpos, no entanto, seus espinhos eram demasiado incômodos para que permanecessem juntos e se remexessem sem que se machucassem, e todos voltaram a se afastar. Sentindo frio novamente, resolveram se aproximar, fazendo com que ocorresse o mesmo problema, e este procedimento pendular fora mantido até que pudessem ficar próximos a uma distância razoável, onde ainda havia a problemática do clima, mas todos podiam compartilhar do calor corporal de forma moderada sem que os espinhos os incomodassem.

Os signos que podemos apreender são de óbvia dedução. Os porcos-espinho são os sujeitos, os espinhos e o calor próprio são suas atribuições pessoais que podem ser contribuintes para a manutenção ou dispersão do conjunto, a distância entre eles estabelecida representa o conjunto de paradigmas morais regidos por padrões normativos necessários e o ambiente onde se encontram são as condições gerais em que a sociedade precisa se adaptar. Todas as imagens podem ser então visadas como uma característica natural do ser humano, que faz com que a liberdade seja limitada por sua própria natureza.
Se todos soubessem que a liberdade de um termina onde começa a do próximo, tanto infringir a propriedade privada quanto agir com plena indiferença moral com relação à sociedade, já seria o princípio da libertinagem. Afirmar que o Estado não pode intervir, sob qualquer aspecto, na liberdade privada, ou seja, que todo indivíduo possui o direito de agir como bem entender desde que não afetem a vida de terceiros, se utilizando disso como norma moral junto aos padrões de livre mercado, é ser da direita conservadora. Caso inexistente, o liberalismo pode ser uma forma para que o sujeito liberal seja um instrumento para garantir a hegemonia da esquerda uma vez que o subjetivismo e a atomização do indivíduo são constantemente instigados por meio dos programas morais da esquerda (a ideologia de gênero, o casamento gay e a legalização da maconha são exemplos), para que se vá desagregando pouco a pouco a população de raízes culturais sólidas que se remetem aos intrínsecos valores judaico-cristãos e possam se estabelecer num relativismo moral onde “tudo o que é certo é o que favorece o bem estar”, para que se gere um ambiente propício ao marxismo-cultural e enfim, ao socialismo.

Se diferenciar da esquerda por defender a mínima intervenção do estado na economia não basta para ser “de direita”. Inclusive, é certo que o estado não deveria interferir na educação e nem nos setores comerciais, mas o que realmente importa não é a intervenção do estado em si, mas sim das ideologias que transitam por meio de suas instituições.

“Os ‘libertários’ nutrem uma crença ingênua de que toda vontade individual pode ser um juízo de valor respeitável e supremo. É por isso que muitos deles acatam teses como legalização do aborto, casamento homossexual, liberação das drogas, usando da premissa de que os valores, sendo subjetivos, só resta a cada individuo escolher, independentemente das suas conseqüências. O culto do livre mercado é contrastado com o esvaziamento ético e moral das relações humanas e da natureza da própria sociedade política democrática. A conseqüência lógica deste pensamento é o esvaziamento ético e moral da democracia e das relações políticas. E, por conseguinte, a destruição da própria democracia pelo niilismo mais assombroso da carência de valores morais. A concepção “libertária” é, no fundo, totalitária, pra dizer o mínimo!”[1]

[1] Olavo de Carvalho

A liberdade não é um princípio estruturador da sociedade, uma organização vai de contra o conceito de liberdade quando esta é tomada como princípio. Portanto o princípio organizador da sociedade preserva a liberdade dentro de uma série de paradigmas culturais.

Afirmar também ser um defensor do livre mercado é uma falácia uma vez que o livre-mercado é objetivo de todos os regimes do planeta em determinados momentos, o último objetivo dos comunistas é a estatização completa e a liberdade é uma palavra comum em seus primeiros discursos. Todos necessitam da liberdade de mercado porque compreendem que ela é necessária para manter a economia em funcionamento, seus principais alvos hoje em dia são encontrados nas esferas socioculturais, pois a doutrinação ideológica necessita ser efetiva e de uma instrumentação eficaz que se paute sobre a égide da liberdade individual tomada como princípio. Logo, parece que um libertário em partida de seu niilismo funciona como elemento instrumental da esquerda na esfera cultural. 

sexta-feira, 25 de março de 2016

Inversão de abordagem

A mando de Nietzsche e Schopenhauer, Deus parecia ser pior que o Hitler aos meus 15 anos. De um modo geral, a filosofia trata do amor, da vida, do sonho e de outras esferas particulares que não dizem respeito para com a conjuntura política. Durante muito tempo, acreditei que Deus tinha a função de silenciar a crítica, perpetuar a riqueza ilegal de certos setores da sociedade, ampliar a pobreza e sublevar a hipocrisia. O criador, segundo muitos acadêmicos de esquerda, foi inventado para apaziguar uma angústia com relação a uma dificuldade psicológica em aceitar a própria realidade mendicante. Deus era um tranquilizador de modo que a perpetuação da pobreza se mantinha mais forte, mais viva.

Essas ideias pairavam na minha cabeça. Eu depreendia que havia muita sujeira na esfera religiosa. No entanto, Deus nada tinha a ver com padres pedófilos, guerras santa, roubos etc; concluí depois de um tempo. À época, a coisa fazia tanto sentido que eu não dissociava Deus dos homens religiosos canalhas que maculam a palavra. Desafiar uma possível entidade que está acima de todos era revolucionário, libertário e que seguia e segue a retórica de criar para todos e por um mundo melhor. Assim sendo, fatalmente me tornei de esquerda sem considerar, por exemplo, que se Deus comportasse a função de extirpar o questionamento, como poderia um ser humano residir a habilidade para desafiá-lo enquanto existência? E quanto ao fato de abrandar? As guerras religiosas estão aí desde que o mundo é mundo.

A princípio, certos argumentos soavam inteligentes. O problema é que tudo gira de acordo com a orquestra política. A filosofia não deve emanar antes da política. Precisamos antes conhecer o que é o comunismo, o nazismo, o fascismo e outros ideais a fim de que saibamos usufruir Nietzsche e Schopenhauer com perspicácia na abordagem. Outra especificidade importante, o ódio à classe rica só pelo fato de ela ser rica, pois bem, me estimulava para com o fato de eu não trabalhar. Eu me arrisco a dizer que a culpa não foi necessariamente dos filósofos citados, e sim da minha não identificação, da minha não leitura, e do fato de eu não conseguir enxergar o verdadeiro inimigo.

Para os autores alemães, Deus não era a religião em si. O todo poderoso representava uma crítica a quem pensa igual. Os intelectuais não estavam criticando o Deus da Bíblia, e sim a uniformização de pensamento; algo que eu estava cada vez mais imerso por agir com impulsão. Nietzsche, só para citar uma ideia, promulgava que devemos produzir algo que está além da nossa capacidade. Portanto, como posso ser contrário ao trabalho? Como posso almejar liberdade sem lutar pela minha independência? Todo adolescente que lê filosofia antes da política, torna-se, e isso é evidente, amante dos regimes mais cruéis se achando o mais culto dentre os idiotas. Talvez já tenha ficado claro que obviamente , e, de acordo com o que preludiei no início, o Estado mínimo jamais existiria como opção.

Para encerrar, hoje noto o quão importante é a distinção do certo e do errado, de Deus como auxílio para a nossa superação, e, principalmente, de que a ordem dos fatores altera demasiadamente o produto. Primeiro a política. A tristeza maior é que boa parte dos leitores de filosofia se submete a isso e, sim, passa a vida sem se dar conta de que a forma como age enquanto unidade de pensamento está completamente equivocada. Em suma, Deus existe para que o homem siga o fluxo de sua própria superação. Não discuta Deus, e sim honre a lógica dentro da própria realidade.

Daniel Muzitano

quinta-feira, 24 de março de 2016

Adeus Sócrates, Olá Karl Marx

Foi-se formalmente isenta a obrigatoriedade, por parte das instituições de ensino médio e fundamental, do ensino de literatura portuguesa, com o objetivo de estabelecer uma maior valorização da literatura nacional, como as cantigas de cordel nordestinas e seus percursores sem se preocupar com a literatura medieval trovadoresca, humanista e classicista portuguesa. Flora Bender Garcia, professora universitária, expõe em um presente artigo da Folha de São Paulo, uma posição indignada com relação à decisão:

“A proposta beira o absurdo (...) como se pode apagar Portugal e a Europa de nossas origens? Tirando do mapa? Será que mais uma vez a seleção de conteúdos foi contaminada por um viés político e ideológico anacrónico? (...) Já que Portugal teria sido uma metrópole colonialista europeia que explorou as riquezas de suas colónias e escravizou populações negras e indígenas na América e em África, agora seria a vez de dar voz à cultura dos oprimidos, em detrimento da Europa elitista e opressora?"

Com relação ao depoimento da profissional, é necessário apreendermos o verdadeiro motivo pelo fato de o ensino de literatura portuguesa agora se mostrar facultativo sob um viés de politicamente correto exposto pelos organizadores da proposta.


Não é possível compreendermos literatura nacional e internacional alguma no ocidente se não pelos os valores morais, culturais, éticos e filosóficos que formulam a metafísica de nossos costumes, todos fundamentados na moral judaico-cristã, que serve como embasamento para a nossa constituição legislativa, que é inspirada pelo direito Romano; também havendo uma relação com a filosofia grega aristotélico-platônica. Há uma relação direta entre a literatura medieval, humanista e classicista portuguesa com todos os valores metafísicos que podemos compreender pela moral judaico-cristã. Que é um dos pilares fundamentais para que possamos saber como se procedeu nosso desenvolvimento cultural, artístico e científico no decorrer dos séculos, desde a época helenística socrática.

Não há como compreendermos o que se passa em nossa literatura sem entender o que se passou na filosofia e na literatura de nossos ancestrais europeus. Uma vez que, com o universalismo cristão dominante, e com a importação maciça de diversas culturas para o Brasil no decorrer de três séculos, é possível saber que todas as adaptações e modificações culturais presentes em nossa estória, no âmbito literário e em outros gêneros artísticos, passassem por uma influência estética estabelecida pelos valores judaico-cristãos por nós conhecidos. Não há como valorizar o “afro” sem compreender o “euro”, não há como se compreender a peixeira em saber para que servil a excalibur.


Seria essa uma clara tentativa de desmoralização dos valores judaico-cristãos a fim de tornar permissivos os alunos a um relativismo conceitual freiriano (“Só, na verdade, quem pensa certo, mesmo que, às vezes, pense errado, é quem pode ensinar a pensar certo.”)?

Antônio Gramsci, teórico marxista italiano, que repudiava a tática lenista-marxista caracteristicamente violenta, fora um dos percursores do método mais incisivo para a instauração do marxismo cultural: a infiltração ideológica por meio das instituições de ensino e veículos midiáticos a fim de tornar os interlocutores e aprendizes permissivos ao marxismo, disfarçado sob o viés do politicamente correto, da “retórica do bom moço que deseja o bem e a paz e respeita a pluralidade étnica cultural”. E para que isso fosse bem sucedido, foram reconhecidos pelos marxistas os três pilares fundamentais da sociedade capitalista difundidos através das Instituições, já mencionados, neste texto: a moral judaico-cristã, a filosofia grega e o direito Romano.


Com a desvalorização e banalização de um desses pilares, os outros simplesmente roem juntos. Não há mistério e isso já se tornou um chavão repetido incessantemente por conservadores e reacionários com o mínimo de discernimento bibliográfico. A literatura portuguesa é claramente relacionada à cultura greco-romana em seus períodos mais “antigos” tratados nas escolas mencionadas. Toda a estruturação textual que conhecemos; nosso alfabeto e toda a nossa erudição comporta os valores estéticos e semânticos europeus. Não é possível valorizar e compreender a literatura brasileira sem valorizarmos a europeia, quiçá construir nossa sociedade sem saber a origem de nossa cultura.

O ostracismo de Sócrates abre espaço ao avento escarnecedor e bizarro de Marx. A desmoralização de Santo Agostinho trás à tona a demência intelectual recheada de cacoetes verbais decorados e expostos em militâncias ridículas, que são um prato cheio para que a esquerda mantenha-se hegemônica e se aproxima cada vez mais da institucionalização do socialismo em um país com tamanho potencial. Por que tínhamos de ser essa lixeira intelectual adornada de ouro pelos trópicos, mas esgotada em pedra ao seu cerne?

Gabriel Silva Corrêa Lima 

quarta-feira, 23 de março de 2016

O Poeta Indolista - Máscaras jovens

E a forma que fumega a vida,
tem no caos da palavra entristecido,
o verso ideal comprometido
numa ideia que pode estar perdida;

no caos revolto é revestido,
às páginas pela juventude lida;
verso melódico por ela lido.
Esta juventude ideal proibida!

Proibida! Hostil, enlevada
no ego abissal do sempre ser,
que é vago, da revolta é saber,

que ideias escuras, emparelha
a máscara escura, e vermelha,
trocando o verso pelo nada!


Gabriel Silva Corrêa Lima

terça-feira, 22 de março de 2016

A Culpa é da Literatura

Um elastério texto do brilhante Nelson Rodrigues; eis aí o motivo descomunal que estimulou a minha vontade de desafiar um papel em branco neste agora. Muitos podem não acreditar, mas a literatura nacional comporta uma influência crucial acerca de conceitos sujos dos mais variados temas. Visto por muitas mulheres como assédio, o elogio em forma de cantada talvez possua tamanho repúdio por conta do Arcadismo. A escola literária em questão era baseada na vida amena, na natureza, na ausência de emoção e no respeito. Ah, mas isso é bom, certo? Ou ao menos considerável?

À época, vida amena, natureza e respeito tinham por definição não entrar em contato cultural e sexual com o outro. Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antonio Gonzaga, principais autores dessa escola, frisavam respeitar suas musas escrevendo poesias sem o contato de um gesto sequer. Em suma, liberdade tinha por definição a submissão do seu próprio mundo. Essa prática assistimos de há muito no comunismo. De um modo geral, a esquerda aclama pelo livre, pelo novo. Contudo, é a favor do Estado enorme, é contrária ao luxo e apoia os regimes que mais nivelam por baixo usufruindo a palavra liberdade. A partir daí, com exceção de Castro Alves e sua terceira geração, o romantismo segue esse curso acrescentando o sentimentalismo, o sonho e o indianismo. Para fins políticos, o medo como sentimento mais intrínseco, o sonho por um mundo melhor, e, em especial, alguém como o herói pois criamos uma sociedade com medo. Àquela era, o índio como símbolo desse heroísmo burro. A presença dessas especificidades como estímulo para com a formação de um povo de esquerda é tamanha, pois bem, de modo a salientarmos que parte da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, serviu de base para a formulação de nosso hino nacional. E isso para fazer menção tão somente com a primeira geração. A segunda, liderada por Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, fomentava a morte, a infância triste, o sofrimento, o tédio, a orgia(apenas relação homem e mulher) e a dúvida advinda dos termos anteriores. Será que isso explicaria o fato de uma nação agir por emoção, não ter valor, e, sobretudo, não conseguir elaborar uma gota de coragem? Não seriam consequências da nossa cultura? O parnasianismo é apontado por muitos professores como a verdadeira cultura quando na verdade reforça toda essa inocuidade galopante aqui apresentada. De imediato, confesso que pulei o naturalismo e o impressionismo de modo proposital para acentuar a onda do homossexualismo como método cultural e educacional. Aluísio de Azevedo, pai da bandeira lesbiana na literatura brasileira, e, não menos estulto, Raul Pompéia, pai da orgia entre homens, são os fundadores dessas escolas. Daí nasceu a cartilha gay, por exemplo. Idolatramos tanto essa estupidez como traço artístico que a primeira rua de Ipanema - bairro cuja concentração de gays é enorme - leva o nome do segundo mencionado. E ao fim, depois de tudo isso nos deparamos com o simbolismo e o folclore dos pré-modernos; movimentos que queriam ser hodiernos tendo como essência as doutrinas execráveis já citadas. E os últimos "gênios", os modernistas, eram compostos por três grupos de esquerda. Entretanto, não citarei um pois fica refém da faculdade poética. É nítido que ao imergirmos com questionamento os "inteligentes" da geração de 30, entendemos porque até a nossa música no geral é fétida. Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, José Américo e José Lins do Rego: todos comunistas de carteirinha. Não vou vomitar, e sim prosseguir com a turma modernista de 45: Gullar, João Cabral, Guimarães Rosa e Lispector. Sabe o que achamos que é novo e sempre foi velho? A direita é minoria desde o primeiro nascer. Podemos salvar Nelson, Machado de Assis, Gregório de Matos, Castro Alves e, acho que acabou a lista. Toda a nossa imbecilidade é um conceito cultural travestido de ingenuidade. Por todo esse imbróglio, daí perfaz nossa cegueira como uniformização de pensamento. Pelo menos em verde e amarelo, é o fim dos tempos. Daniel Muzitano