Parece-nos que a
revolução cultural subliminar, tal como é pregado pelo gramscismo, é realmente
efetiva onde num país há um desequilíbrio ideológico-partidário exorbitante no
cenário congressista e a população encontra-se em estado de bipolarização e
confusão política sem precedentes em nosso século. São vistas todos os dias, em
nossos cotidianos, tentativa de incutir, a todo custo, uma relativização de
valores sob o pretexto do politicamente correto, sempre infestado de um ataque
às tradições judaico-cristãs que nos formam, sempre disfarçado de
multiculturalismo.
Prega uma
ramificação do marxismo cultural, a ideologia de gênero, um ideário relativista
em relação à sexualidade, desafiando todas as normas e signos da lógica de formação
familiar e psicológica, compreendendo que o “gênero”, seria mero feito da
“construção social”, ou seja, a família, as instituições de ensino e demais
comunidades, obrigam os sujeitos a serem meninos e meninas, fazendo com que
eles estabeleçam no decorrer de sua vida, um papel exigido pela sociedade, e
não pelos seus genes. Essa ideia investe numa tentativa de igualdade dos sexos,
fazendo com que cada indivíduo identifique-se com o que bem desejar. Como se
uma criança e um adolescente compreendessem bem o que desejam de forma
independente e sem influência ou auxílio das famílias tradicionais, que não
comportam a ideologia de gênero em sua rotina - principal razão pela qual ela é
incessantemente tentada nas escolas, um ambiente distante dos pais.
Como defende
Roger Scruton em um célebre artigo intitulado “Refutando o radicalismo
feminista e a ideologia de gênero”[1],
utilizando de uma argumentação também defendida pelo antropólogo Lionel Tiger, de que as
condições dos sujeitos de sexos opostos em sociedade não seriam determinadas
pelas comunidades, mas sim por uma questão genética e plausível dentro do
contexto evolutivo:
“ [...] em vez disso, os
milhões de anos de evolução que formaram a nossa espécie fizeram-nos o que
somos. Você pode fazer os homens fingirem ser menos dominantes e menos
agressivos, você pode fazer com que eles finjam aceitar um papel submisso na
vida doméstica e uma posição de dependência na sociedade. Mas, no fundo, no
fluxo da vida instintiva que é a masculinidade em si, eles irão revoltar-se. A
infelicidade dos homens, Tiger argumenta, vem deste profundo e inconfessado
conflito entre faz-de-conta social e necessidade sexual. E quando a
masculinidade finalmente explodir – como inevitavelmente acontecerá – será em
formas distorcidas e perigosas, como as gangues de criminosos da cidade moderna
ou a misoginia arrogante do malandro urbano.”
Este trecho é plausível de grande credibilidade por
tratar também a questão da crise de identidade que sofreriam as vítimas
agredidas pela igualdade de gênero. Devido a uma supressão de suas faculdades
naturais, os “homens” teriam de suprir uma necessidade natural em atividades
que lhes despontassem em uma autoridade forçada (um outro proveito dos
divulgadores da ideologia: o aproveitamento de uma massa revoltada com um
“sistema” inconcluso). Portanto, tal ideologia somente agrega mais problemas
que soluções à nossa educação e desenvolvimento enquanto seres ocidentais. É nativamente
defendida sempre para que a engenharia social de controle político seja algo
possível.
Fascismo é igualdade! Mas não igualdade alcançada por
meio da concessão de oportunidades e esforços independentes, mas sim de uma
regulamentação estabelecida por alguma entidade de maior porte que deseja
formar arquétipos de seres ao seu uso maquinal. A ideologia de gênero, tentada
sob todas as formas de ser infiltrada nos veículos de comunicação e métodos de
ensino, é uma vertente do Fascismo.
Como se já não bastasse que o politicamente correto
tivesse se impregnado na mentalidade de uma parcela significativa da população
brasileira, há sempre a questão a respeito da divulgação ou proibição da ideia.
Ela várias vezes tem sido abordada em comerciais, filmes etc..
Uma propaganda atual não fez diferente, algo do
comércio de vestuários da C&A. Em que se mostram homens e mulheres,
naturalmente, experimentando um vestuário que não são esteticamente adaptados
aos seus respectivos gêneros[2], com o slogan “Misture,
Ouse e Divirta-se”, estabelecendo um padrão de igualdade entre os sexos, e mais
uma vez incutindo o fator da ideologia de gênero, nocivo à formação familiar e
de identidade.
Todavia, é certo que grande parte da população
brasileira, hegemonicamente cristã e com valores sólidos e seculares, não
compreenderia a mensagem (com razão) com bons olhos, sendo motivo para o
aparecimento de ícones como a cantora gospel Ana Paula Valadão,[3] criticando o roteiro e a
mensagem principal. E, como famosa representante cristã da arte gospel,
mostrou-se incisiva e implacável em suas investidas. No entanto, como já
mencionado repetidamente, que está impregnada a questão do politicamente
correto engajado, havendo uma inversão de valores, maus interlocutores
compreenderam como uma crítica ao vestuário, como se fosse um ataque discursivo
à estilística das roupas. Beira o absurdo o analfabetismo semântico com o qual
os brasileiros visam os textos do cotidiano, fruto sempre da velha e letárgica
doutrinação marxista.
Gabriel Silva Corrêa Lima
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