segunda-feira, 23 de maio de 2016

O fascismo da Ideologia de Gênero e Ana Paula


Parece-nos que a revolução cultural subliminar, tal como é pregado pelo gramscismo, é realmente efetiva onde num país há um desequilíbrio ideológico-partidário exorbitante no cenário congressista e a população encontra-se em estado de bipolarização e confusão política sem precedentes em nosso século. São vistas todos os dias, em nossos cotidianos, tentativa de incutir, a todo custo, uma relativização de valores sob o pretexto do politicamente correto, sempre infestado de um ataque às tradições judaico-cristãs que nos formam, sempre disfarçado de multiculturalismo.

Prega uma ramificação do marxismo cultural, a ideologia de gênero, um ideário relativista em relação à sexualidade, desafiando todas as normas e signos da lógica de formação familiar e psicológica, compreendendo que o “gênero”, seria mero feito da “construção social”, ou seja, a família, as instituições de ensino e demais comunidades, obrigam os sujeitos a serem meninos e meninas, fazendo com que eles estabeleçam no decorrer de sua vida, um papel exigido pela sociedade, e não pelos seus genes. Essa ideia investe numa tentativa de igualdade dos sexos, fazendo com que cada indivíduo identifique-se com o que bem desejar. Como se uma criança e um adolescente compreendessem bem o que desejam de forma independente e sem influência ou auxílio das famílias tradicionais, que não comportam a ideologia de gênero em sua rotina - principal razão pela qual ela é incessantemente tentada nas escolas, um ambiente distante dos pais.

Como defende Roger Scruton em um célebre artigo intitulado “Refutando o radicalismo feminista e a ideologia de gênero”[1], utilizando de uma argumentação também defendida pelo antropólogo Lionel Tiger, de que as condições dos sujeitos de sexos opostos em sociedade não seriam determinadas pelas comunidades, mas sim por uma questão genética e plausível dentro do contexto evolutivo:

“ [...] em vez disso, os milhões de anos de evolução que formaram a nossa espécie fizeram-nos o que somos. Você pode fazer os homens fingirem ser menos dominantes e menos agressivos, você pode fazer com que eles finjam aceitar um papel submisso na vida doméstica e uma posição de dependência na sociedade. Mas, no fundo, no fluxo da vida instintiva que é a masculinidade em si, eles irão revoltar-se. A infelicidade dos homens, Tiger argumenta, vem deste profundo e inconfessado conflito entre faz-de-conta social e necessidade sexual. E quando a masculinidade finalmente explodir – como inevitavelmente acontecerá – será em formas distorcidas e perigosas, como as gangues de criminosos da cidade moderna ou a misoginia arrogante do malandro urbano.”

Este trecho é plausível de grande credibilidade por tratar também a questão da crise de identidade que sofreriam as vítimas agredidas pela igualdade de gênero. Devido a uma supressão de suas faculdades naturais, os “homens” teriam de suprir uma necessidade natural em atividades que lhes despontassem em uma autoridade forçada (um outro proveito dos divulgadores da ideologia: o aproveitamento de uma massa revoltada com um “sistema” inconcluso). Portanto, tal ideologia somente agrega mais problemas que soluções à nossa educação e desenvolvimento enquanto seres ocidentais. É nativamente defendida sempre para que a engenharia social de controle político seja algo possível.
Fascismo é igualdade! Mas não igualdade alcançada por meio da concessão de oportunidades e esforços independentes, mas sim de uma regulamentação estabelecida por alguma entidade de maior porte que deseja formar arquétipos de seres ao seu uso maquinal. A ideologia de gênero, tentada sob todas as formas de ser infiltrada nos veículos de comunicação e métodos de ensino, é uma vertente do Fascismo.

Como se já não bastasse que o politicamente correto tivesse se impregnado na mentalidade de uma parcela significativa da população brasileira, há sempre a questão a respeito da divulgação ou proibição da ideia. Ela várias vezes tem sido abordada em comerciais, filmes etc..
Uma propaganda atual não fez diferente, algo do comércio de vestuários da C&A. Em que se mostram homens e mulheres, naturalmente, experimentando um vestuário que não são esteticamente adaptados aos seus respectivos gêneros[2], com o slogan “Misture, Ouse e Divirta-se”, estabelecendo um padrão de igualdade entre os sexos, e mais uma vez incutindo o fator da ideologia de gênero, nocivo à formação familiar e de identidade.

Todavia, é certo que grande parte da população brasileira, hegemonicamente cristã e com valores sólidos e seculares, não compreenderia a mensagem (com razão) com bons olhos, sendo motivo para o aparecimento de ícones como a cantora gospel Ana Paula Valadão,[3] criticando o roteiro e a mensagem principal. E, como famosa representante cristã da arte gospel, mostrou-se incisiva e implacável em suas investidas. No entanto, como já mencionado repetidamente, que está impregnada a questão do politicamente correto engajado, havendo uma inversão de valores, maus interlocutores compreenderam como uma crítica ao vestuário, como se fosse um ataque discursivo à estilística das roupas. Beira o absurdo o analfabetismo semântico com o qual os brasileiros visam os textos do cotidiano, fruto sempre da velha e letárgica doutrinação marxista.


Gabriel Silva Corrêa Lima

Nenhum comentário:

Postar um comentário