terça-feira, 22 de março de 2016

O Estado e seus Intelectuais

Tudo é passível de críticas, portanto me encontro escrevendo a vocês novamente no meu blog sobre uma linha de raciocínio que vai contra o interesse de certos movimentos ideológicos, seja de esquerda ou direita, que inclusive eu simpatizo em partes (não sigo). Diante de tantas ideias que diversos intelectuais pregam internet afora, é comum nos depararmos com críticas mal feitas a materiais que merecem ser refutados ou não; ademais, o pior mesmo é obtermos raiva do que está certo e apontarmos para o pior caminho possível por ingenuidade ou ignorância e ainda obtermos muitos seguidores. O mundo acadêmico e político, sobretudo o nacional, está repleto de falhas e aqui farei uma introdução sobre um modelo novo de Estado.

De acordo com Aristóteles, o Estado é uma Instituição natural, necessária e decorrente da própria natureza humana. Ele é uma resultante de vários processos sociais que objetivam o bem estar da população em tendenciosamente vias pacíficas, o que condiz parcialmente com a concepção do liberal John Locke pois, basicamente, todos os direitos e costumes locais, sejam eles advindos das relações humanas externas, antecedem e são superiores a ele. Em outras palavras, o contrato social existe para manter uma boa convivência entre seus membros, solucionando conflitos a fim de conciliar interesses que são meramente reconhecidos pelo Estado posteriormente.

O isolamento geográfico entre sociedades também delimita a influência do Estado, seu território dita drasticamente na cultura de seus habitantes bem como infere na necessidade de segurança; e então surge espontaneamente a propriedade privada através da necessidade de sobrevivência à natureza hostil e seus "primatas" que roubariam os elementos que garantiriam a sua sustentabilidade, considerando-se obviamente a escassez de recursos naturais do ambiente, Ou seja, para se manter a ordem dentro de uma sociedade, um conjunto de regras intitulados de leis localizadas na Constituição é necessário, sustentado via impostos. O interessante disso é que elas existirão independentemente do Estado, a cultura a cria em primeira instância - o que aponta a importância da religião e sua independência dos governantes para não colher absolutismos, ou melhor, totalitarismos.

Somos obrigados a sustentar o Estado sem retorno
O direito de propriedade é, em suma, igual para todos os que conseguirem adquiri-las por meios legais, inferindo que o Estado não é o provedor nem o criador de praticamente nada - apenas quem mantém ou reconhece tais atividades socioeconômicas. Contudo ideologias de cunho popular pregam que o poder deve ser melhor distribuído entre a população visto que ele se delimita a riquezas, gerando conflitos de valores e, principalmente, grupos sociais que não se importam necessariamente com o coletivo. A Democracia implica com a República justamente por aceitar até o inaceitável por mero respeito à liberdade de expressão, o segundo tipo se atém na Constituição contando que as leis foram aprovadas por partes interessadas em vias representativas. Pois bem, como o cidadão de bem pode se comportar perante essa complexidade sem ir contra o Estado?


Indubitavelmente é necessário garantir a própria sobrevivência para que os interesses pessoais possam fluir, depois é preciso entender as limitações locais no que tange o conflito entre os seus interesses e o da coletividade exposta através dos seus governos. O autocontrole infere na capacidade de alguém conviver com as divergências por mais radicais que elas sejam. O importante é ter ciência que muitas pessoas percorreram os mesmos caminhos que nós, e é fundamental a educação informativa para garantir a prosperidade da sociedade que utiliza-se do Estado de bem estar social para honrar os contratos sociais. A cultura é formada pela união de conhecimentos e grupos sociais, e a participação de cada membro com seus pesos de influência, sem dúvidas, fortalecem a dinâmica entre uma sólida Democracia ou República.
Isso se o povo colaborar, né?
Então os intelectuais se firmam como um grupo de indivíduos que possuem vastos conhecimentos em suas áreas que possam se interligar com as demais, o que poderia influenciar uma população em suas devidas proporções. Seus seguidores se desenvolvem como cidadãos pensantes e fortalecem a qualidade da Democracia que surge espontaneamente de acordo com as necessidades a serem buscadas pelos grupos sociais não devidamente representados, a importância dos temas é relativa porém influenciam na vida política diretamente. Portanto o diálogo claro e objetivo através das lideranças representativas é fundamental para a sociedade, a gestão de informação contribuirá para a tomada de decisões sociais sem contar nunca com a imposição pela força ou opressão. E aqui fica a pergunta: e se a maioria for alienada?

Lucas Muzitano

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